A corrida por cortes de custos e metas ESG chegou aos sistemas de elevação industrial. Estudos recentes mostram que a modernização (“retrofit”) de talhas e pontes rolantes com motores de altíssima eficiência, inversores de frequência e frenagem regenerativa – consegue reduzir de 20 % a 30 % o consumo elétrico dos ciclos de içamento. Em um cenário de tarifas em alta, a aposta virou prioridade.
A Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) propôs neste semestre reajustes de até 12,77 % para consumidores de alta tensão em alguns estados, um sinal de que a conta de luz seguirá pressionando a produção. Para plantas onde as talhas representam parcela relevante da demanda de motores, cada quilowatt economizado vira diferencial competitivo.
Benefícios colaterais
- Menos aquecimento dos enrolamentos: aumenta a vida útil dos motores.
- Redução de paradas não planejadas: sensores de vibração e temperatura entregam dados para manutenção preditiva. O mercado global de preditiva deve saltar de US$ 10,6 bi (2024) para US$ 47,8 bi em 2029.
- Menor pegada de carbono: queda direta nas emissões de Escopo 2, valorizada em auditorias de fornecedores internacionais.
Payback curto
Em linhas de produção que operam três turnos, casos auditados mostram payback típico entre 18 e 24 meses, resultado de energia poupada, bônus de demanda e menos horas de máquina parada. A conta fecha ainda mais rápido quando há incentivos fiscais para equipamentos de eficiência energética.
Como começar?
- Auditoria energética: medições de corrente e fator de potência por ciclo de elevação.
- Simulação de ROI: considerar tarifa projetada para os próximos 24 meses.
- Plano de retrofit: substituição modular (motor IE4 + VFD + painel) e instalação de freio regenerativo.
- Integração IoT: sensores enviam dados a dashboards que antecipam falhas.
- Treinamento de operadores: ciclos otimizados reduzem desgaste mecânico.
Com metas ESG cada vez mais exigentes e tarifas voláteis, modernizar talhas deixou de ser luxo tecnológico; tornou-se estratégia de sobrevivência. Quem age agora colhe economia de energia, reputação ambiental e disponibilidade de equipamento, sendo três ganhos que pesam no balanço e na imagem da marca.